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Tendo como foco a presença das Mulheres Quilombolas nas Ciências, a Incubadora Social Feminista Norte, Norte Nordeste e Amazônia Legal é a primeira  implementada pelo INCT Caleidoscópio, com sede compartilhada na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e na Universidade Federal da Bahia (UFBA), aglutina grupos de pesquisa de universidades distribuídas numa grande abrangência geográfica e geopolítica que envolve os estados do Pará, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Mato Grosso. A incubadora congrega as regiões com maior presença quilombola do país.

A Incubadora tem como missão desenvolver pesquisas e tecnologias sociais para prevenção das violências interseccionais nas universidades e de suporte às trajetórias educacionais de mulheres quilombolas nas ciências, levando em consideração marcadores de gênero, raça, etnia e territorialidade. Para tanto, trabalha de maneira colaborativa, articulando universidade e sociedade civil e enfatizando a importância da inclusão de mulheres pertencentes a segmentos minoritários em todas as fases de planejamento, produção e difusão de tecnologias sociais.

Diante desse contexto, a primeira incubadora do INCT Caleidoscópio se orienta por um desenho organizativo apoiado na definição de seis dimensões: a) explicitação da política de formação de uma equipe executiva interna orientada por equidade de gênero, étnico-racial e territorialidade; b) adoção de um modelo participativo de governança, o qual inclui a formação de dois conselhos que atuam como instâncias consultivas: o Conselho Incubadora-Universidades e o Conselho Incubadora-Sociedade; c) composição multiterritorial e paritária da equipe executiva interinstitucional de pesquisa com adesão de pesquisadoras vinculadas a diferentes universidades da região de abrangência; d) internacionalização Sul-Sul prioritariamente voltada a universidades de países africanos, caribenhos e da América do Sul em colaboração com universidades consolidadas de países europeus e da América do Norte com histórico de cooperação junto à América Latina; e) dispositivos de diálogo com a sociedade civil com vistas a uma política de acompanhamento do projeto e desenho colaborativo dos instrumentos e produtos e f) divulgação científica orientada às mulheres de grupos minorizados nas ciências planejada e realizada com participação de mulheres desses mesmos grupos ( Fig. 1).

Figura 01 - Desenho organizativo da Incubadora

A equipe executiva interna foi composta  a partir do lançamento de quatro editais induzidos, cujos critérios incluíram a diversidade racial (negra, indígena e quilombola), resultando em um grupo  com 02 pesquisadoras negras, 01 pesquisadora indígena e 01 pesquisadora negra e quilombola. Além das bolsistas com financiamento direto do INCT, o projeto conta com 01 bolsista de iniciação científica via Edital PIBIC-AF da UFCG e 02 bolsistas de extensão na Chamada de Apoio a Ações Pontuais de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA.

Orientada a um modelo participativo de governança baseado no diálogo entre a universidade e a sociedade, a Incubadora contará com dois Conselhos: a) o Conselho Incubadora-Universidades será composto pela coordenação da incubadora, coordenação do INCT, membros do Núcleo Gestor do INCT, docentes de universidades brasileiras e docentes de universidades internacionais parceiras dos projetos desenvolvidos; b)  o Conselho Incubadora-Sociedade será formado por representantes de movimentos sociais e de representantes do governo, nos âmbitos federal, estadual e municipais dirigidos às mulheres. Ambos os conselhos se reunirão anualmente com a coordenação da incubadora para discutir relatórios, produtos e resultados, por meio de reuniões convocadas pela coordenação.

No seu primeiro ano, a Incubadora trabalhou na montagem do Conselho Incubadora-Universidade orientado à diversidade étnico-racial, paridade de gênero e internacionalização Sul-Sul. Composto pela coordenação da incubadora, coordenação do INCT, docentes de universidades brasileiras e docentes de universidades internacionais parceiras dos projetos desenvolvidos, reúne professoras(es) pesquisadoras(es) de África, Haiti e América das seguintes instituições: Universidade Estadual do Haiti, Instituto Superior de Ciências da Educação do Uíge – ISCED-Uíge, Universidade Católica de Angola, Université Publique Du Nord-Est À Fort-Liberté – UPNEF, Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda – ISCED-Luanda. O segundo grupo de universidades com o qual se realizou reuniões é o de instituições da América Latina. Docentes da Facultad de Ciencias Sociales – Universidad de Playa Ancha (UPLA) e Universidade Pedagógica Nacional (Colômbia) que aderiram ao projeto. Com universidades europeias e americanas foram firmados termos de adesão para participação de pesquisadoras das seguintes universidades: Universidade do Porto, Chuny University e Universidade NOVA de Lisboa. A formalização da participação na incubadora se dá por meio de termos de adesão firmados pelas(os) pesquisadoras(es) das universidades com os dados institucionais e atribuições.

No que tange à política de comunicação desenvolvida pela incubadora, elaboramos, uma logomarca e um manual de uso da marca assentados na produção de uma imagem capaz de dialogar e reforçar a presença das mulheres quilombolas nas ciências. Na logomarca, visualizamos, no primeiro plano, uma mulher negra quilombola cujo dorso se evidencia e que olha frontalmente as possíveis interlocutoras. Os braços estão apoiados e enraizados numa historicidade e pertencimento que lhe conferem sustentação. Os tons são terrosos, remetendo aos quintais, estradas, caminhos e passagens. Dos traços do rosto, os lábios se pronunciam numa mandíbula arqueada que realça a altivez. Os cabelos crespos formam uma coroa que emoldura o rosto e ocupa a parte superior da imagem (Fig.2). Esta logomarca é utilizada conjuntamente a do INCT.

Identidade visual da Incubadora Social Feminista Norte, Norte Nordeste e Amazônia Legal

Fig 2   –  Logomarca da Incubadora Social do INCT Caleidoscópio. Arte: Adriane de Souza

A equipe executiva interinstitucional é formada por pesquisadoras de diferentes universidades públicas das regiões Norte, Nordeste e Amazônia Legal, sendo composta, até o momento, pelos seguintes grupos de pesquisa/universidades: Grupo de Pesquisa em Política, Produção de Subjetividade e Práticas de Resistência (Gentileza/UFRN); Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação – (NEPRE/UFMT); Grupo Transversalizando: ensino, pesquisa e extensão (Transversalizando/UFPA); Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana (LABESHU/UFPE) e Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça e Saúde – (NEGRAS/UFRB). Esta equipe participa diretamente da elaboração de projetos, pesquisas, Cadernos de Orientação, Guias de boas práticas e demais produtos da incubadora.  A partir do trabalho colaborativo da equipe executiva interinstitucional, a Incubadora teve sua primeira pesquisa aprovada “Mulheres Quilombolas nas Ciências”, contemplada no Edital Universal 10/2023 do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq) – grupos consolidados, coordenada pela Profa. Dra. Dolores Galindo.

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